sábado, 3 de maio de 2014

As estrelas





Uma e meia da manhã. Fui ao terraço porque precisava recolher umas roupas do varal. De repente olhei para cima e vi as estrelas. O céu estava suavemente lindo. Pensei em você.

Eu poderia amar você se isso fosse possível... Não era.

Então me lembrei de quando eu tinha quatorze anos e minha família havia se mudado para um bairro afastado de uma pequena cidadezinha. Ambiente bucólico, rural. As noites tinham um céu como esse que acabei de ver.

Não me senti velha. Senti, porém, que havia uma distância tão grande entre a garotinha e a mulher, entre aquela época e esta. Não distância de tempo; distância de mim mesma. As estrelas me fazem falta.

Eu durmo numa bela cama, com belos lençóis, mas o mundo não vem para o meu sono. O mundo ficou preso naquele céu.

Uma ave notívaga me faz recolher meus pensamentos. Vou dormir, que já passou da hora. Ainda penso que eu poderia amar você, se fosse possível. Mas, sou só eu na cama.
    

4 comentários:

  1. Olá, Márcia.
    Bom dia e bom fim de semana.

    Para alguns o conforto da alma são os cheiros dos tempos, em dias de arrependimentos. adorei o seu mini conto.
    Beijos na alma.

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    1. Obrigada, José Maria, pela visita e pelo comentário! Que bom que gostou. Isso me deixa extremamente feliz. Um grande abraço. Bom fim de semana para você também.

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  2. Acho incrível o fato de podermos sentir saudade daquilo que não vivemos.
    Beijocas

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