Eu te amo ele dizia a ela e ela sabia que era verdade. Ele falava do perfume dela, gosto tanto! Ele a amava muito. Tanto amor que não cabia dentro dele. Isso lhe causava muito receio. Mas ela ria quando, no auge do gozo, ele falava um palavrão. Ele dizia até me esqueço que estou com uma dama. Aí ele mudava o vocabulário e amava mais ainda a cara de satisfação que ela fazia na entrega.
Um dia, depois de fazer amor, ele lhe perguntou se ela não sentia vontade de lhe bater. Ela disse não, por quê? você sente? Ele lhe confessou que sim. Ela riu e o beijou e se ofereceu de novo, inteira. Ele a amou, amou, amou...
Depois ele mergulhou em silêncio profundo. E não soube o que fazer com aquele grande amor. E foi se afastando...
Naquela noite ele entrou no bar. Ele nunca imaginou que a encontraria naquele lugar. Ela, depois de tanta água nos olhos, ainda mais linda! Falava coisas que denunciavam as marcas de sua ausência. Eu te amo ele disse a ela e ela soube que era verdade. Ela sabia que ele nunca deixaria de amá-la. Ela não falou nada. Saíram dali juntos. Silêncio profundo no pouco espaço daquele carro.
Silêncio também no leito que devolveu o sorriso a ela e que despertou nele aquela vontade novamente. Ela entendeu, beijou-o, deixou acontecer.
Horas depois, quando ele acordou, não sabia explicar onde estava. Por entre os vãos da grade via o rosto dela, amava a cara de satisfação que a fazia ainda mais linda, e enxugava a água de seus olhos. Tanta! De repente isso lhe causou muito receio. Viu o lençol, sentiu o perfume dela. Chegou o lençol ao rosto, foi enrolando, apertando. A imagem dela mais próxima. Eu te amo tanto!...
Alguém teve a ideia de enterrá-los na mesma cova. Aquele amor era pra sempre.
Cruz por Petr Kratochvil
Uau! Um Romeu e Julieta compacto, sem delongas dramático-familiares. Surreal, de tão enxuto e cortante.
ResponderExcluirGostei e gostei foi muito, Márcia!
Beijos
Muito bonito seu texto, parabéns e tudo de bom pra você,beijos.
ResponderExcluirPerfeito! Sem palavras! Quero um livro autografado especialmente! :D Deus a abençoe!
ResponderExcluirEita!Que texto hein?!Adorei!
ResponderExcluirTô te seguindo jah..
Qndo der e se quiser apareça no meu cantinho..vou amar te receber e saber que gostou de lá!
Bjooooca!
...Jana do Rafa!
Uma história de amor lindíssima. Que mais dizer?
ResponderExcluirUm beijo.
Machadiano. Afinal, ele a matou? Se a matou, porque enterrados juntos? Mereceram-se?
ResponderExcluirNossa! Tanto amor...inesperado. Lembrei do filme o Impérios dos Sentidos.
ResponderExcluirEsse texto deu água nos olhos, pois conheci um casal assim, morreram no mesmo dia, de forma hedionda mas era um desejo em comum...
ResponderExcluirOlá Márcia! Saudades!!!!
ResponderExcluirLindo e denso, e acima de tudo exageradamente repleto de amor o teu texto. Confesso que por alguns instantes e entre algumas palavras me vi entrelaçada neste conto.
Parabéns!
Abraços,
Uau
ResponderExcluirmaravilha
enxuto
forte
lindo!
Que casal quente! Três vezes concretizaram o amor. ...rs... O final que assusta um pouco. Mas, o fim que deixa a ideia de amor eterno superou a cova! XD
ResponderExcluirAdorei sua postagem! =)
http://neowellblog.wordpress.com
Que bom que gostou tanto, Tuca! Confesso que cheguei a ter receio de publicar este texto.
ResponderExcluirObrigada, queridos Arnaldo e Graça! Nem preciso dizer o quanto os comentários de vocês me dão coragem.
Oi, Jés. Espero você na quinta em minha noite de autógrafos.
É, Paulo, creio que havia muita sintonia entre eles... mas é sempre bom deixar lacunas a serem preenchidas pelo leitor.
Adorei seu espaço, Janaína! Obrigada por me seguir.
Olá, Sati Kaos. Boa lembrança a sua. Confesso: ao escrever, pensei em "Noite na taverna", de Álvares de Azevedo.
ResponderExcluirÉ,Micheline, às vezes amor e tragédia estão muito próximos!
Oi, Bê, sumida... em literatura a gente precisa se sentir envolvida, não é?
Oi, Walkyria, visita nova... Seja bem-vinda! Obrigada pelos elogios ao meu texto!
Wellington, seja também bem-vindo ao meu espaço. Ah!, sim, sua conta talvez esteja exata demais para o amor de meus personagens... (rs)... o final da história é proporcional à inexatidão que o amor trouxe a eles.
Abraços a todos.
Quando eu tenho receio de publicar certos textos, Márcia, e os público, geralmente constato depois que foi um erro publicá-los. Mas quando não constato o erro, eis então os meus melhores textos.
ResponderExcluirBeijos
Adorei este texto. De fato, seria possível dizer que o "carioca" Augusto dos Anjos andou frequentando a "Taverna Paulista". Ficou incrível!
ResponderExcluirUm beijo, querida moça das letras montanhosas.
Muy interesante - congratulaciones!
ResponderExcluirDaniel D. Peaceman, editor de CHMagazine
Márcia,
ResponderExcluirVocê que vive no mundo acadêmico, olhe que bacana este concurso da Bookess:
http://www.bookess.com/blog/05-08-2010/concurso-mostre-sua-tese-para-o-mundo.html
Um beijo.
Márcia,
ResponderExcluirMe enrodilhei também no teu blog. Encantador e muito interessante. Obrigada pela oportunidade de dividir minhas palavras. Vi que você lançou um livro de poemas também tenho um!
M. F.
Oi Márcia, tem selos de presente pra você nos blogs abaixo, passa lá e pega
ResponderExcluirpalavrasnosventos.blogspot.com
haikainosventos.blogspot.com
beijos
Intenso e com uma pitadinha erótica, muito bom!
ResponderExcluirvaleu pela visita!
beijos
Liiindo aquii
ResponderExcluirte seguindoo
bjos
Olá, Márcia, obrigado pelo comentário lá no meu blog! Eu ACHO que não conhecia seu trabalho; depois do que li aqui (que ainda não foram 10%), fica a vontade de acompanhar constantemente, para sempre ter LUZ e inspiração! Um abraço.
ResponderExcluirBelo texto. Misto de Adelaide Carraro e Agatha Christie. Amor e suspense.
ResponderExcluirJoão Marcos Guimarães